Com a chegada da pandemia, fomos afetados pelo isolamento e assim refletindo diretamente na saúde mental da população. Muito além das competições, troféus e medalhas, o esporte tem papel fundamental na inserção social e desenvolvimento de crianças e adolescentes.

A partir do momento em que há uma ruptura na rotina por um longo período, como por exemplo de não poder ir à escola e ver outras crianças, existirão consequências para o desenvolvimento de seus cérebros. A falta de estímulos pode trazer sequelas e os reflexos disso ainda estão sendo sentidos.

Irritabilidade, ansiedade, depressão, falta de concentração, dificuldade de comunicação, essas são algumas das consequências em decorrência dessa falta de contato com pessoas de fora do ciclo familiar.

Há também um grupo em especial, que requer ainda mais atenção. Temos uma geração de crianças nascidas durante a pandemia e que estão conhecendo agora o  mundo fora de suas residências. Cada criança tem seu tempo e é fundamental respeitar o ritmo de cada uma delas, porém tem chamado bastante atenção o número de crianças com problema no desenvolvimento da fala e comunicação. Com o ciclo de convivência reduzido, esses bebês têm diminuído a quantidade de estímulos, repertório de palavras e com isso adquirindo esse déficit de fala e comunicação. Com a volta das escolas e das práticas esportivas é importante o acompanhamento de perto dos pais e profissionais, para que a evolução seja saudável e não cause transtornos numa vida totalmente diferente do que essas crianças conheceram.

Os esportes tomam para si um papel indispensável na evolução social e da saúde dessa parcela da população. Além de melhorar a saúde física, os esportes estimulam e possibilitam competências de sociabilidade que refletirão na vida adulta. A capacidade de se relacionar, se expressar, autoconhecimento, empatia, solidariedade, trabalho em equipe e auto estima são alguns dos benefícios de incluir a criançada no mundo dos esportes.

Muito mais importante que apenas matricular a criança em uma escolinha de futebol, ou em aulas de natação. É necessário que os pais pesquisem sobre as modalidades, metodologias de ensino e que conversem com seus filhos sobre suas vontades e necessidades, assim encontrando a atividade que melhor irá ajudá-los.